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segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Sua história numa caixa de papelão

Então um dia voltei pra casa antes do tempo na esperança de dormir no meu quarto pela última vez. Quando cheguei a casa era um amontoado de caixas e claro, meu quarto não foi poupado. Se você trabalha viajando algumas coisas ganham um novo sentido, a cama e o quarto da gente passam a ser o "refúgio do mundo", o lugar mais limpo e confortável que encontramos depois de muitas camas de hotéis frios e desconfortáveis (pode ser o melhor hotel, nenhum é tão bom quanto sua casa)!

Se você já mudou sabe exatamente do que estou falando. Perdi a conta de quantas vezes já  mudei, mas existe um sentimento que não difere: Seu mundo, de repente, cabe em muitas caixas de papelão não identificadas e você perde por completo a referência do que um dia chamou lar (período de adaptação).

Anda pela casa que está prestes a deixar e procura uma coisa simples como um chinelo, não acha. Vai a cozinha e tenta encontrar um copo, não acha. Resta a TV a cabo que ainda não foi transferida e beber um vinho no gargalo já que o "glamour" vai ficar para um outro dia.

Durante a mudança, que é sempre um dia fatídico, você reza pra não chover e para não fazer um sol de rachar (o que muitas vezes não acontece) o ideal é o dia nublado. Depois reza para que todos os moveis cheguem inteiros, eu tive uma escrivaninha que resistiu 4 mudanças mas não resistiu a 5°... Essas coisas acontecem e temos que lidar com elas.

Chegou a nova casa, o pessoal que trouxe as caixas e móveis foi embora e agora resta arrumar, arrumar e arrumar. Passou-se várias horas e ainda falta muito para arrumar, arrumar e arrumar. Algumas vezes você descobre que tem coisas demais.

Depois de um dia de preparação, um dia da mudança em si e um dia de arrumação da mudança, você não é ninguém! Sente um cansaço anormal, uma sonolência digna de pós-estresse e um alívio de que você sobreviveu ao caos!

Aos poucos se acostuma com os novos vizinhos, com as novas portas e janelas, com as novas posições de cama e armários, e com o tempo vem o velho sentimento de que você tem um lar.



Caso algum de vocês esteja para mudar, vou deixar algumas dicas:
1- Assim que puder, limpe a casa nova e faça os concertos necessários. Furar as paredes para os quadros e etc também é útil fazer antes. Isso evita poeira;
2- Como nem sempre podemos encaixotar tudo num dia e nem pedir folga para isso, aconselho a separar 1h do seu dia para encaixotar livros, copos e utensilhos menos utilizados (é bom identificar as caixas tipo "cozinha" ou "livros"). Deixe para a última hora apenas o que é imprescindível no dia-a-dia;
3- Aproveite que está olhando tudo que tem e jogue o que não usa fora, dê de presente ou venda. Mudança é um momento ótimo para se desfazer de coisas que  deixaram de ser úteis;
4- Geladeira e Ar Condicionado precisam de um tempo depois da chegada para poder ligar;
5- Peça a alteração de endereço do telefone, tv a cabo e internet uma semana antes da mudança. Quando você chegar na casa nova vai querer que estejam funcionando;
6- Coisas pessoais e de muito valor leve no seu carro (se possível) e não no caminhão da mudança. Podem desaparecer e algumas coisas nenhum de nós está disposto a perder durante a mudança;
7- Logo que chegar na casa nova, arrume primeiro seu quarto (você vai querer descansar), banheiro (necessidades básicas) e cozinha (todo mundo precisa comer em algum momento);
8- Relaxa, quanto mais estressado fica por conta da mudança, mais traumática ela é. Procure ficar calmo pois tudo se ajeita com o tempo.

Obs.: Podia existir uma empresa que fizesse a mudança inteira para nós. Passaríamos um final de semana no SPA e quando voltássemos pra casa tudo estaria limpo, arrumado e pronto para ser habitado!
 #sonhandoacordada #ficaadica

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

"A felicidade é um cobertor quente, Charlie Brown"


Esse é o título do filme de Charlie Brown e sua turma lançado em 2011. Linus está sendo precionado por Lucy para se livrar de seu cobertor, ele chega a conclusão que o cobertor realmente é um vício, uma mania ou algo qualquer que ele não consegue viver sem. O cobertor representa para ele o acalanto para suportar o mundo, a maioria de nós possui algum e quem não tem olha o mundo por uma janela mais cruel.

Qual é o seu "cobertor"? O que você usa como "válvula de escape"?

Algumas pessoas encontram conforto na música (como o Schroeder), outras em perturbar a vida alheia (como a Lucy) e algumas pessoas roem unhas e comem chocolates. 

Tinha uma brincadeira que eu fazia com um amigo meu. Vez por outra ele ficava muito desesperado ou ansioso e comia muito, dai eu falava "Comida não é amor!". Pois é... O que procuramos em cobertores ou em tantas outras coisas é o conforto, o apoio, o colo com cafuné, o ombro amigo, o amor (no sentido mais amplo) ou qualquer coisa que nos ajude a suportar os problemas cotidianos, as perdas e os fracassos.

Se a vida não é tão fácil, por que precisamos complicar ainda mais? Será que sentimos falta de complexidade?! A felicidade deve estar em procurar beleza na simplicidade das pequenas coisas do cotidiano, pois é do dia a dia que fazemos nossas vidas.

Gosto muitos dos Peanuts do Charles Schulz, seus personagens são encantadores e os diálogos sempre nos suscitam algum tipo de reflexão com toques de humor. As definições e explicações de tantas coisas que complicamos pela vida é sempre definida de maneira simples e , de certa forma, inocente como os olhos de uma criança.

Primeiro post de 2012, sim... um pouco mais pensativa que o normal, acho que estou definindo qual será o "cobertor quente" da minha vida daqui por diante. As transições são confusas e as escolhas iminentes, se houvesse uma maneira de saber os resultados das escolhas para que não ficassemos com aquele "e se..." martelando na mente, a vida seria bem mais fácil, mas talvez a graça esteja exatamente ai... na surpresa. O importante é que uma calma se instalou em mim, uma certeza que "vai ficar tudo bem não importa o que aconteça".