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domingo, 21 de agosto de 2011

Linear é a morte


Por acaso assisti um filme bem intrigante hoje, "Awake - A vida por um fio", é um suspense lançado em 2007 onde a trama é basicamente de um rapaz apaixonado que tem um problema no coração e precisa fazer um transplante e durante a cirurgia ele fica num estágio dormindo, porém consciente. Então não posso contar o resto porque dai estraga o filme!

Mas e dai?! Certo, eis que fiquei a pensar sobre os altos e baixos que a vida nos proporciona e me caiu como uma luva a frase que o professor soltou em sala ontem: "Vida linear não existe, linear é a morte".  Parece óbvio certo? Mas nem tudo que é óbvio nós conseguimos ver.

Na verdade faz muito sentido, não há quem vive feliz todo dia, por isso estranho essas pessoas que buscam a felicidade, como se existisse um momento meio que libertador em que nós encontramos a tal felicidade, onde tudo é perfeito e nada nos tira o bom humor. Convenhamos, não existe isso. Assim como também é difícil encontrar pessoas deprimidas por tempo indeterminado (embora existam algumas que curtem muito a fossa)! Há altos e baixos, e nós no meio deles tentando encontrar o equilíbrio.

Fato é, a morte é linear... não há nada lá, não há felicidade, momentos, tristezas... enfim, lá é o nada e por isso é igual sempre, linear.

Queria sentir mais, como aquela música "Epitáfio", mas passei tanto tempo racionalizando os sentimentos, tentando entendê-los que agora tenho uma grande dificuldade em sentir. Infelizmente não há remédio na alopatia para meu problema, mas quem sabe alguns muitos anos de tratamento psicológico não resolvam?!

O equívoco deve estar ai, em não se entregar, em não sentir, procurar o que é mais ameno e onde é mais seguro. Admiro as pessoas que conseguem desenvolver o sentir, que diante da pergunta "Como você se sente?" sabem explicar, chorar, gritar. Mamis me pergunta sempre isso, e fico muda, porque na maioria das vezes não tenho palavras.

Afinal, palavras são só palavras, sentimentos vão além.


"O acaso vai me proteger
Enquanto eu andar distraído"

E ainda não aprendi a assobiar...



Doce Solidão Marcelo Camelo
Posso estar só
Mas sou de todo mundo
Por eu ser só um
Ah nem, ah não, ah nem dá
Solidão, foge que eu te encontro
Que eu já tenho asas...
Isso lá é bom?!
Doce solidão

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Que seja doce...

"Te desejo uma fé enorme.
Em qualquer coisa, não importa o quê.
Desejo esperanças novinhas em folha, todos os dias.
Tomara que a gente não desista de ser quem é por nada nem ninguém deste mundo.
Que a gente reconheça o poder do outro sem esquecer do nosso.
Que as mentiras alheias não confundam as nossas verdades, mesmo que as mentiras e as verdades sejam impermanentes.
Que friagem nenhuma seja capaz de encabular o nosso calor mais bonito.
Que, mesmo quando estivermos doendo, não percamos de vista nem de sonho a ideia da alegria.
Tomara que apesar dos apesares todos, a gente continue tendo valentia suficiente para não abrir mão de se sentir feliz.
As coisas vão dar certo.
Vai ter amor, vai ter fé, vai ter paz – se não tiver, a gente inventa.
Te quero ver feliz, te quero ver sem melancolia nenhuma.
Certo, muitas ilusões dançaram.
Mas eu me recuso a descrer absolutamente de tudo, eu faço força para manter algumas esperanças acesas, como velas.
Que seja doce. Repito sete vezes para dar sorte: que seja doce que seja doce que seja doce e assim por diante.
Que seja bom o que vier, pra você." (Caio Fernando Abreu)



Fui apresentada a Caio Fernando Abreu tem uns oito anos, comecei a ler desesperadamente tudo que ele escreveu, amei cada palavra porque me identifiquei, como muitas outras pessoas, me senti compreendida. Porque não sei pra você, mas para mim é muito difícil nomear os sentimentos, as palavras parecem pouco diante da grandiosidade do que se sente.

A gente pensa que é diferente, mas na verdade somos todos muito parecidos, e somos um nada diante dessa imensidão do mundo, e nos perdemos e nos achamos. Alguém um dia me disse que viver o luto faz parte do rito e quando pulamos alguma parte fica mais difícil de superar. Sim, os ritos são necessários.

Estou levando a sério esse lance da redução da complexidade do mundo, roubei de um amigo, e me caiu muito bem. As coisas são simples mas nós temos uma capacidade imensa de complicar e com isso sofremos desnecessariamente e perdidamente. Adotei essa frase como meta. Ao simplificar entendemos com mais facilidade e consequentemente superamos os reveses mais rápido e com menos dor. Doer faz parte, não há como excluir do processo. Só dói o que é importante para nós e se vivêssemos sem dar importância a vida ia ser bem sem graça.

Quero crer que dias melhores virão, que Setembro e a Primavera trarão flores no jardim e que outros ventos possam trazer o perdão.

E que seja doce então...

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Mude

"Muda, que quando a gente muda o mundo muda com a gente.
A gente muda o mundo na mudança da mente.
E quando a mente muda a gente anda pra frente.
E quando a gente manda ninguém manda na gente.
Na mudança de atitude não há mal que não se mude nem doença sem cura.
Na mudança de postura a gente fica mais seguro, na mudança do presente a gente molda o futuro!" (Gabriel - o Pensador)


Sabe essas pessoas organizadas, sistemáticas, cheias de manias e "tics"? Então... Eu era assim. Não conseguia viver num ambiente bagunçado e barulhento, andava sempre do lado direito da calçada para ir e no lado esquerdo pra voltar, partia toda carne antes de comer, dormia sempre no mesmo lado da cama e somente em uma cama. Eis que de repente, TUDO mudou e percebi um novo sentido nas coisas ao meu redor. Sempre fui viciada em trabalho, qualquer trabalho era dedicação exclusiva e irrestrita. Mas eu mudei.

Dr. House (http://pt.wikipedia.org/wiki/House,_M.D.) sempre diz que as pessoas não mudam, faço ponderações a respeito, as pessoas mudam, mas não porque nós queremos que elas mudem, mas porque algo dentro delas pede uma mudança.

Não sei onde começou, nem o porque, mas sei que começou em agosto/setembro do ano passado, comecei a questionar tudo, e percebi que o que parecia que queria não era nada daquilo. Eu vivia uma vida perfeita, para qualquer outra pessoa mas não para mim. Não estava feliz, chorava diariamente, não tinha tempo pra almoçar, pra namorar, pra olhar o sol lá fora e exclamar "que lindo!".

Dai reinventei tudo. Quando eu digo tudo, é tudo mesmo. rs Detalhe que esse final de semana fiz uma profunda reflexão sobre essa coisa da mudança, como tudo que eu tinha ou era a um ano atrás não tenho e não sou mais. Só que com uma única e principal diferença: hoje eu sou mais feliz.

Sábado na MBA assistimos um vídeo sobre a mudança e está ai abaixo para vocês assistirem, e depois assisti o filme "De Pernas pro Ar" (http://globofilmes.globo.com/GloboFilmes/Site/0,,GFF346-5402,00-DE+PERNAS+PRO+AR.html) e me identifiquei muito com a personagem da Ingrid Guimarães (pra não perder o fio da meada, fica a observação que o filme vale boas gargalhadas e situações inusitadas), uma mulher que tem tudo mas vive para o trabalho e não aproveita a vida.



Eis que algumas vezes a mudança não é apenas necessária, ela vira uma questão de sobrevivência, ou você muda ou a vida acaba pra você. E eu escolhi mudar. Mudei de casa, de estilo de vida, de amor, de amigos, de hábitos, de leituras, roupas e principalmente mudei a forma de olhar a vida. Acordo e abro a janela, sol lindo lá fora. Abraço as árvores, caminho na praia, sinto o chão, abraço as pessoas, sinto prazer em tudo. A vida faz mais sentido agora.

Venho apenas dividir esse momento com vocês, pode ser contagiante!



"Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim." Chico Xavier