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quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Que seja doce...

"Te desejo uma fé enorme.
Em qualquer coisa, não importa o quê.
Desejo esperanças novinhas em folha, todos os dias.
Tomara que a gente não desista de ser quem é por nada nem ninguém deste mundo.
Que a gente reconheça o poder do outro sem esquecer do nosso.
Que as mentiras alheias não confundam as nossas verdades, mesmo que as mentiras e as verdades sejam impermanentes.
Que friagem nenhuma seja capaz de encabular o nosso calor mais bonito.
Que, mesmo quando estivermos doendo, não percamos de vista nem de sonho a ideia da alegria.
Tomara que apesar dos apesares todos, a gente continue tendo valentia suficiente para não abrir mão de se sentir feliz.
As coisas vão dar certo.
Vai ter amor, vai ter fé, vai ter paz – se não tiver, a gente inventa.
Te quero ver feliz, te quero ver sem melancolia nenhuma.
Certo, muitas ilusões dançaram.
Mas eu me recuso a descrer absolutamente de tudo, eu faço força para manter algumas esperanças acesas, como velas.
Que seja doce. Repito sete vezes para dar sorte: que seja doce que seja doce que seja doce e assim por diante.
Que seja bom o que vier, pra você." (Caio Fernando Abreu)



Fui apresentada a Caio Fernando Abreu tem uns oito anos, comecei a ler desesperadamente tudo que ele escreveu, amei cada palavra porque me identifiquei, como muitas outras pessoas, me senti compreendida. Porque não sei pra você, mas para mim é muito difícil nomear os sentimentos, as palavras parecem pouco diante da grandiosidade do que se sente.

A gente pensa que é diferente, mas na verdade somos todos muito parecidos, e somos um nada diante dessa imensidão do mundo, e nos perdemos e nos achamos. Alguém um dia me disse que viver o luto faz parte do rito e quando pulamos alguma parte fica mais difícil de superar. Sim, os ritos são necessários.

Estou levando a sério esse lance da redução da complexidade do mundo, roubei de um amigo, e me caiu muito bem. As coisas são simples mas nós temos uma capacidade imensa de complicar e com isso sofremos desnecessariamente e perdidamente. Adotei essa frase como meta. Ao simplificar entendemos com mais facilidade e consequentemente superamos os reveses mais rápido e com menos dor. Doer faz parte, não há como excluir do processo. Só dói o que é importante para nós e se vivêssemos sem dar importância a vida ia ser bem sem graça.

Quero crer que dias melhores virão, que Setembro e a Primavera trarão flores no jardim e que outros ventos possam trazer o perdão.

E que seja doce então...

Um comentário:

  1. O meu favorito! Favorito dos textos do caio, favorito dos teus textos.

    Beijo.

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