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quarta-feira, 28 de setembro de 2011

E então chegaram os 28!


E aos 28 de setembro eu finalmente faço meus 28 anos.



Dizem por ai que é nesse momento que tomamos grandes decisões para o resto da vida, que "Entre os 28 e 30 anos de idade, ocorre o primeiro retorno de Saturno, ou seja, o planeta em trânsito se posicionará no mesmo local em que ele estava no momento de nascimento da pessoa e iniciará uma nova volta em torno do zodíaco. Novamente, como em todo trânsito de Saturno, ocorre um doloroso rito de passagem, envolvendo responsabilidades, desta vez maiores do que nunca. A partir deste período, muitas coisas que antes eram parte de uma gama de opções se tornam definitivas. É o momento de determinar o que vai dar impulso aos próximos 28 anos e tudo o que é decidido tem sua repercussão e conseqüência. Este período representa também o fechamento sobre todo o passado de dependência familiar, uma liberação final de tudo que ligava às servidões da infância e da adolescência, uma aquisição definitiva de autonomia. É o ponto final do caminho de relaxamento de responsabilidades dos pais sobre os filhos." (http://portodoceu.terra.com.br/pratica/orbita-0102d.asp )

E não é à toa que ansiei por este momento, ele então irá "lapidar" o diamante que é a minha vida e vai me impulsionar a mudar tudo que não me serve mais, me transformar na versão mulher. Engraçado, até pouco tempo me via como uma menina buscando algo que não sabia bem o quê. E me dei conta que virei mulher e com o amadurecimento vieram outros quereres.

Essa coisa da definição da identidade pessoal, como os outros te vêem e como você se vê e os antagonismos dessas percepções me levaram a refletir muito. Hoje mesmo ouvi de um fiscal "Você é firme, não é?!" e a outra "Seu humor é ácido, tá bom, agridoce." e pensei que as coisas completamente naturais no meu jeito de ser podem não ser tão naturais assim para meu interlocutor. O fato é que sou meio "sargentão" como diz minha mãe e que algumas vezes "fuzilo" com meu olhar, outras aparento ser bem mais auto-suficiente do que realmente sou, mas todos somos assim (eu acho) não percebemos muito bem em como nossas qualidades mal gerenciadas podem "agredir" o outro. Então como é meu aniversário vou me dar ao luxo de pedir isso a mim mesma (e claro ao Universo), desejo aprender a gerenciar minhas qualidades mal gerenciadas (rsrs).
E por que não?! Aproveitando a oportunidade, quero pedir de presente o que eu neguei durante toda a minha vida: viver um grande amor (pois é caro amigo leitor, pasmem).

Na definição do livro "A linguagem secreta dos aniversários" o dia 28 de setembro é o "Dia dos que Partem Corações" e o "seu papel simplesmente é quebrar a defesa dos outros, o que fazem utilizando-se de armas variadas", queria quebrar a mim mesma e subverter minha defesa com relacionamentos. Não quero partir corações, quero reconstruir, catar os mil pedaços de alguém e transformar em algo bom, ser pra alguém o que ouvi de um professor a respeito de sua esposa "ela provoca em mim apenas coisas boas".

E não estou aqui me referindo a paixões avassaladoras e nem a "um amor com gosto de fruta mordida", estamos falando de amor no sentido mais sublime, onde há entrega e dedicação de ambas as partes e acima de tudo respeito pelo o que o outro é e pelo que você é, onde as pessoas percebem os defeitos da outra e aprendem a aceitá-los  no melhor estilo "I love you, just the way you are".

Caio Fernando Abreu tem uma frase assim: "Ando meio fatigado de procuras inúteis e sedes afetivas insaciáveis." E é por ai, vai ter paixão porque ela é necessária à nossa vida para que possamos dar valor aos momentos de calma e sossego, mas a paixão e a ansiedade geram isso "procuras inúteis e sedes afetivas insaciáveis"... Depois de algum tempo, provavelmente com o nosso amadurecimento, entendemos que o "viver um grande amor" está mais vinculado a ter um companheiro (a) na vida, alguém com quem compartilhar o que se tem e não mais uma pessoa que seja dependente de nós ou o contrário.

"Para viver um grande amor é muito, muito importante viver sempre junto e até ser, se possível, um só defunto — pra não morrer de dor. É preciso um cuidado permanente não só com o corpo mas também com a mente, pois qualquer "baixo" seu, a amada sente — e esfria um pouco o amor. Há que ser bem cortês sem cortesia; doce e conciliador sem covardia; saber ganhar dinheiro com poesia — para viver um grande amor.
É preciso saber tomar uísque (com o mau bebedor nunca se arrisque!) e ser impermeável ao diz-que-diz-que — que não quer nada com o amor.
Mas tudo isso não adianta nada, se nesta selva oscura e desvairada não se souber achar a bem-amada — para viver um grande amor." (Texto extraído do livro "Para Viver Um Grande Amor", José Olympio Editora - Rio de Janeiro, 1984, pág. 130.)

E para achar o grande amor? Será que tem receita? Acho que basta ter o coração aberto e um pouco de sorte. O fato é o seguinte, até chegar a esse ilustre momento da vida encontrar um grande amor não era "pauta" na trajetória, e agora passou a ser, por um motivo muito íntimo e de certa forma fundamental: eu decidi querer.

Obs.: Brigitte Bardot que também faz aniversário em 28 de setembro, casou quatro vezes em busca do grande amor... Acho que tendo apenas um divórcio nas costas ainda tenho chances (ironia fina)...


Eu Apenas Queria Que Você Soubesse -  Gonzaguinha
 

Eu apenas queria que você soubesse
Que aquela alegria ainda está comigo
E que a minha ternura não ficou na estrada
Não ficou no tempo presa na poeira

Eu apenas queria que você soubesse
Que esta menina hoje é uma mulher
E que esta mulher é uma menina
Que colheu seu fruto flor do seu carinho

Eu apenas queria dizer a todo mundo que me gosta
Que hoje eu me gosto muito mais
Porque me entendo muito mais também

E que a atitude de recomeçar é todo dia toda hora
É se respeitar na sua força e fé
E se olhar bem fundo até o dedão do pé

Eu apenas queria que você soubesse
Que essa criança brinca nesta roda
E não teme o corte das novas feridas
Pois tem a saúde que aprendeu com a vida...

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Perder é Fundamental

"Perder é fundamental. Desde então, entendi que não existe vida se não houver a chance real de fracassar, que o fracasso é como a demissão e a fossa - inevitável para fins de enobrecimento de caráter - , que o caminho para nossa própria verdade passa obrigatóriamente pela dor, que vencer é delicioso mas perder é fundamental, e que reside justamente nessas experiências a beleza de toda jornada humana." (Milly Lacombe - TPM/Set2011)
 
Sabe aquele filme com o Adam Sandler, CLICK(2006)? Em que o personagem arruma um controle remoto que lhe dá controle sobre todos os âmbitos da vida dele? Pois é, esse filme é uma lição de vida. Claro que eu também fiquei chocada por chegar ao final de um filme com o   Adam Sandler e refletir sobre algo. Mas está ai, olhar diferente para as coisas é bom também, deixar os pré-conceitos de lado um pouco.
 
Seria muita pretensão nossa, meros mortais, querermos ter controle sobre tudo a nossa volta? E além de pretensão, poderíamos dizer prepotência? Acho que sim...
 
Venho pensando muito sobre isso atualmente, em como sinto uma necessidade boba de querer ter controle para me poupar do sofrimento, mas essa privação também me faz sofrer, ou seja... Não há solução, solucionado está. Pelo menos quem se entrega  tem a possibilidade de sofrer mas ter ganho o bônus da situação, quem se priva ganha o ônus de sofrer sem recompensas (me dei mal).
 
Hoje ao ler a Coluna do Meio da TPM deste mês, que a propósito está muito boa, tive essa sensação de ser normal... Porque afinal o medo é um sentimento comum e a maioria de nós tem medo diante do que não controla, e o medo se transforma nesse freio que usamos quando começamos a perder o controle.
 
Você tem medo de quê? Eu tenho medo da morte, não da minha, mas das pessoas que eu amo. Acho que é por isso que tenho medo de perder, porque deve ser parecido com a dor por morte, com uma "pequena" diferença: quem está vivo deixou de fazer parte da sua vida por opção dele(a) ou sua, a morte é sempre uma surpresa até mesmo quando é esperada.
 
Eu não quero mais temer... ;)

 

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

"Teardrop on the fire of a confession/Fearless on my breath"

"O que me importa é lealdade. Se você está sendo leal ao seu sentimento, ao sentimento do outro, tudo bem. Mas não venham com papo careta de fidelidade." Sarah Oliveira - Revista TPM - Agosto 2011

Depois de ler essa frase fiquei a pensar sobre qual seria a real diferença entre lealdade e fidelidade. Vamos as definições pelo dicionário?!

Lealdade: Franqueza; sinceridade. Retidão; probidade.

Fidelidade: Exatidão em cumprir suas obrigações, em executar suas promessas: jurar fidelidade. Afeição e lealdade constante: fidelidade de um amigo. Obrigação recíproca dos esposos de não cometer adultério. Exatidão, semelhança: fidelidade de uma narração. Lealdade; probidade.



Depois de ler alguns artigos sobre lealdade X fidelidade, fiquei a pensar porque "cactos" queremos tanto a outra pessoa só para nós? E óbvio quando questiono isso me incluo nesse nós. Defendo constantemente o lema da lealdade onde na relação a dois é o ring para toda verdade e sinceridade da face da terra. Ok ok, já sei que não é muito saudável, mas por mais que doa (e dói) saber de cada detalhe de uma traição, ela pelo menos me parecerá leal, não estarei sendo enganada. Certo? Não sei!

Quanto mais penso sobre isso, mais confusa fico! Esses dias tentei estabelecer um contrato de fidelidade e na conversa me ocorreu que é exatamente isso, fidelidade é um contrato e que não garante absolutamente nada, ele apenas ameniza nossas angústias e inseguranças da maneira mais pura, que é acreditarmos que o outro vai cumprir o contrato estabelecido. Acontece que para sair com outras pessoas, ou trair, é algo que qualquer um pode fazer a qualquer hora e que usando aliança, mudando o status no facebook, ou estabelecendo um simples acordo de fidelidade não muda o principal: a quantidade de oportunidades diárias que cada um dos envolvidos recebe! E só cabe a eles se perguntarem "serei leal ao que sinto (tesão/paixão/amor) ou serei fiel ao meu/minha companheiro(a)?", pergunta essa que surge em nossa mente naqueles 5 segundos em que seu mundo vira de cabeça para baixo e todos os questionamentos e desejos e adrenalina se juntam para atrapalhar seu juízo de valor ou ponderar a escolha a ser feita.

Fato consumado vem a outra pergunta que te tira o sossego: "Devo contar?"

 

Por algum tempo pensei que contar era o melhor a ser feito, por uma questão muito simples: a pessoa tem o direito de saber e escolher se quer permanecer contigo ou não. Contar me parecia mais justo.

Depois de um tempo percebi que essa sinceridade tem seu preço. Porque o fato de contar e permanecer com a pessoa te leva a um outro problema: A POSSE! Sim, nós todos temos um maldito sentimento de posse pelos outros, queremos só para nós e por isso nos achamos donos (ex.: meu copo = meu namorado = não chegue perto porque me pertence).

Parece uma faca de dois gumes, não é mesmo?! Aparentemente a melhor opção é não se deixar levar pelos desejos e caprichos e seguir a regra estabelecida por Deus nos 10 mandamentos. Mas assim, se sua vida estiver meio pacata, acho que arrumar uma amante ou um amante anima bem! (sarcasmo)
Tem isso também, se o homem é infiel é naturalizado pela sociedade que as mulheres devem aceitar, afinal o coitadinho do sujeito que merece ter o pênis cortado (rsrsrs) é geneticamente preparado para copular com várias fêmeas já que nós mesmo que racionais não deixamos de ser animais nessa selva de pedra. Mas se for a mulher a pular a cerca... Bom, dai tudo muda não é mesmo?! Talvez por isso tantas mulheres o façam mas escondam e se sintam culpadas, já os homens assumem amantes por anos a fio.

De fato não cheguei a uma conclusão sobre lealdade X fidelidade, cada relacionamento tem seu próprio ritmo e as pessoas envolvidas tentam moldar a relação a sua maneira, cada um pisando fundo ou flutuando no que lhe convém. Afinal, cada um escolhe o seu caminho e terá de ter a carcaça para suportar o peso das suas próprias escolhas.