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segunda-feira, 5 de setembro de 2011

"Teardrop on the fire of a confession/Fearless on my breath"

"O que me importa é lealdade. Se você está sendo leal ao seu sentimento, ao sentimento do outro, tudo bem. Mas não venham com papo careta de fidelidade." Sarah Oliveira - Revista TPM - Agosto 2011

Depois de ler essa frase fiquei a pensar sobre qual seria a real diferença entre lealdade e fidelidade. Vamos as definições pelo dicionário?!

Lealdade: Franqueza; sinceridade. Retidão; probidade.

Fidelidade: Exatidão em cumprir suas obrigações, em executar suas promessas: jurar fidelidade. Afeição e lealdade constante: fidelidade de um amigo. Obrigação recíproca dos esposos de não cometer adultério. Exatidão, semelhança: fidelidade de uma narração. Lealdade; probidade.



Depois de ler alguns artigos sobre lealdade X fidelidade, fiquei a pensar porque "cactos" queremos tanto a outra pessoa só para nós? E óbvio quando questiono isso me incluo nesse nós. Defendo constantemente o lema da lealdade onde na relação a dois é o ring para toda verdade e sinceridade da face da terra. Ok ok, já sei que não é muito saudável, mas por mais que doa (e dói) saber de cada detalhe de uma traição, ela pelo menos me parecerá leal, não estarei sendo enganada. Certo? Não sei!

Quanto mais penso sobre isso, mais confusa fico! Esses dias tentei estabelecer um contrato de fidelidade e na conversa me ocorreu que é exatamente isso, fidelidade é um contrato e que não garante absolutamente nada, ele apenas ameniza nossas angústias e inseguranças da maneira mais pura, que é acreditarmos que o outro vai cumprir o contrato estabelecido. Acontece que para sair com outras pessoas, ou trair, é algo que qualquer um pode fazer a qualquer hora e que usando aliança, mudando o status no facebook, ou estabelecendo um simples acordo de fidelidade não muda o principal: a quantidade de oportunidades diárias que cada um dos envolvidos recebe! E só cabe a eles se perguntarem "serei leal ao que sinto (tesão/paixão/amor) ou serei fiel ao meu/minha companheiro(a)?", pergunta essa que surge em nossa mente naqueles 5 segundos em que seu mundo vira de cabeça para baixo e todos os questionamentos e desejos e adrenalina se juntam para atrapalhar seu juízo de valor ou ponderar a escolha a ser feita.

Fato consumado vem a outra pergunta que te tira o sossego: "Devo contar?"

 

Por algum tempo pensei que contar era o melhor a ser feito, por uma questão muito simples: a pessoa tem o direito de saber e escolher se quer permanecer contigo ou não. Contar me parecia mais justo.

Depois de um tempo percebi que essa sinceridade tem seu preço. Porque o fato de contar e permanecer com a pessoa te leva a um outro problema: A POSSE! Sim, nós todos temos um maldito sentimento de posse pelos outros, queremos só para nós e por isso nos achamos donos (ex.: meu copo = meu namorado = não chegue perto porque me pertence).

Parece uma faca de dois gumes, não é mesmo?! Aparentemente a melhor opção é não se deixar levar pelos desejos e caprichos e seguir a regra estabelecida por Deus nos 10 mandamentos. Mas assim, se sua vida estiver meio pacata, acho que arrumar uma amante ou um amante anima bem! (sarcasmo)
Tem isso também, se o homem é infiel é naturalizado pela sociedade que as mulheres devem aceitar, afinal o coitadinho do sujeito que merece ter o pênis cortado (rsrsrs) é geneticamente preparado para copular com várias fêmeas já que nós mesmo que racionais não deixamos de ser animais nessa selva de pedra. Mas se for a mulher a pular a cerca... Bom, dai tudo muda não é mesmo?! Talvez por isso tantas mulheres o façam mas escondam e se sintam culpadas, já os homens assumem amantes por anos a fio.

De fato não cheguei a uma conclusão sobre lealdade X fidelidade, cada relacionamento tem seu próprio ritmo e as pessoas envolvidas tentam moldar a relação a sua maneira, cada um pisando fundo ou flutuando no que lhe convém. Afinal, cada um escolhe o seu caminho e terá de ter a carcaça para suportar o peso das suas próprias escolhas.


4 comentários:

  1. Olá Tahiana,

    Demorei mas cumpri minha promessa, apareci aqui e vou deixar um comentário! Será que você ainda lembra quem eu sou?

    Sobre esse assunto, eu acho que a equação não é tão difícil quanto parece... é só fazer coincidir a "vontade" com o "dever". Se você deseja aquilo que é o objeto do seu "contrato" de fidelidade, então ser leal e ser fiel serão a mesma coisa e não será difícil ser um ou o outro.

    Esse seu post me lembra uma passagem do Hamlet. É uma passagem em que um pai dá uma série de conselhos a um filho antes dele viajar para o estrangeiro. O pai fala de tudo, mas o último conselho sintetiza todos os demais: "acima de tudo sê fiel a ti mesmo".

    No original é assim:

    "This above all: to thine own self be true,
    And it must follow, as the night the day,
    Thou canst not then be false to any man."
    (Ato 1, Cena 3, v. 82-84).

    Ou seja, se você estiver sendo fiel/leal a si mesmo quando jurar fidelidade a alguém não há como nem porquê trair o juramento.

    Bom, e para a parte do "para sempre" da promessa... essa sim a parte difícil, a gente emenda com o Vinícius, "que seja infinito enquanto dure".

    Beijos,

    Nilson

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  2. Oi Nilson,
    Lembro de você sim,e que bom que cumpriu sua promessa!

    Gostei do que você escreveu, "coincidir vontade e o dever"... o difícil é o "para sempre" talvez porque queremos eternizar coisas que não são eternas...

    Volte sempre, beijos

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  3. Pois é... eu me pergunto: será que a gente quer eternizar coisas que não são eternas, ou simplesmente somos ansiosos demais e queremos que a eternidade chegue já?

    Bom,vou ficar por aqui, se eu começar não paro mais :)

    Só uma última coisa: pensei em linkar seu blog no meu, tudo bem?

    Beijo

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  4. É Nilson... Acho que somos ansiosos demais (paçpite) rs :)

    Claro que pode linkar, farei o mesmo! ;)

    Beijo

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