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segunda-feira, 26 de março de 2012

A Iminência do Adeus

Porque quando eu jurei
Meu amor eu traí a mim mesmo
Hoje eu sei
Que ninguém nesse mundo
É feliz tendo amado uma vez
Uma vez
(Medo da Chuva - Raul Seixas)


Estava ouvindo essa música e vários pensamentos invadiram minha mente. Quando eu casei veio escrito no meu convite "Vocês nos verão pela última vez solteiros, pela primeira vez casados e felizes para sempre." e depois eu (e todo mundo que já casou) jurou amar, perdoar até que a morte nos separe.

Acho que deve ser por conta desse juramento que absorvemos o "para sempre". Porque claro que ele vem de muuuuuuito antes das histórias da Disney! Elas só fizeram o papel de disseminar e fixar a idéia na cabeça de várias gerações.

"Todo relacionamento contém em si mesmo a futura separação" (Alan Pouls), li numa reportagem e sim, é verdade, mesmo que a separação seja pela morte, mas está implícito até porquê tudo que começa tem um fim. 

Mas daí que isso não quer dizer que o amor acabe ou vire desamor, podemos realocar as emoções em outras categorias. Não acredito que as pessoas gostem de colecionar desafetos, mas de fato por mais que amamos, algumas pessoas devem ser retiradas do nosso cotidiano, então não deixamos de amar... Apenas escondemos na gaveta "memórias, histórias e declarações de amor".

Lenine numa entrevista disse que ele não desamava, mas sim que transmutava o amor. Amor de marido virava amor de amigo. Super concordo, também não sei desamar apenas realoco nas minhas "gavetas mentais".

Confesso que ligar o rádio e ouvir tantas músicas de corações partidos me acalenta, significa que eu não sou a única (rs*) e que passa (como tudo na vida) e parafraseando a Alcione "De Amor eu não morro, o que eu posso é chorar de Saudade".

O final é apenas um estágio para o próximo começo, e como tudo é cíclico os momentos nublados deixam os arco-iris da vida muito mais saborosos.

"Why we buy? (..) Because until last it's fucking great!"

domingo, 11 de março de 2012

Purple Violets



No Brasil o filme foi lançado como "Segunda chance para o amor" (2007), com Edward Burns, Selma Blair, Patrick Wilson e Debra Messing. A fotografia do filme e a trilha sonora são ótimas, já valem pelos 107 min de filme.

Uma comédia romântica como muitas outras com final feliz, mas eu adoro finais felizes então super curti o filme. É cheio de encontros e desencontros do casal formado pelo Edward Burns e a Selma Blair que se encontram por acaso depois de muitos anos separados porque os personagens de Patrick Wilson e Debra Messing estão passando por uma crise no relacionamento. Eis que o momento é oportuno para o reencontro, e o telespectador pode contar com diálogos inteligentes e divertidos.


Dizer que é uma comédia seria forçar um pouco, mas é leve e agradável. Fica no ar a pergunta: Será que devemos dar uma segunda chance para o primeiro amor?

Tenho andado meio pessimista e não creio que algo que não deu certo uma vez pode vir a funcionar em outro momento. Mas (muitos de) nós adoramos reatar depois de muitos anos para testar se realmente "não era pra ser", na esperança de que com o tempo nossas diferenças tenham diminuído. 

De qualquer forma, para os românticos e otimistas de plantão tenho certeza que vão gostar muito do filme, tem um "quê" de poesia que paira durante vários momentos...  Afinal, todos temos um amor mal resolvido guardado na gaveta da memória.


"Hoje encontrei um venho amigo."

terça-feira, 6 de março de 2012

Nothing is like butter

E eu só queria ter alguém para passar a manteiga no meu pão. É isso mesmo, pode parecer bobagem, mas não é (pelo menos pra mim). Sonhei com isso a vida inteira, um cara legal que enquanto eu estivesse fazendo minhas abluções ele faça o café e passe manteiga nos pães asse levemente e sente para conversar e começar bem o dia. Não, eu não casei com um cara que fazia isso, mas como já dizia Renato Russo "E quem irá dizer que existe razão nas coisas feitas pelo coração"?!

Por isso fechei pra balanço.

Não, isso não é um ato revoltado. A gente tem mania de se revoltar por coisas idiotas (a gente = eu e minhas partes).

Ontem fui caminhar, porque afinal preciso queimar as milhões de calorias que consumo por falta de amor, e acompanhei o pôr do sol. Tenho que dar o braço a torcer, o céu da planície é realmente lindo. Haviam uns tons de vermelho com lilás e nuvens dançantes que tive vontade de sentar e pedir uma cerveja para acompanhar o espetáculo.

Essas são as melhores coisas da vida, esses momentos de paz profunda que o Universo nos proporciona.

Hoje eu mesma passei a manteiga no meu pão, fiz pra mim e pro papai. Acho que é por ai que a coisa anda, precisamos primeiro aprender a fazer pros outros quem sabe um dia alguém fará por nós também, mas não serei eu que vou esperar por esse dia.

E claro, ninguém é auto suficiente, por mais que queira ou aparente, não é à toa que vivemos bem em sociedade, crescemos e aprimoramos no mundo social, então talvez a idéia não seja essa. Talvez a idéia seja "amarmos uns aos outros incondicionalmente", quem ama cuida, logo todos nós deveríamos cuidar do próximo (não no sentido de fofoca ou sincericídio - vou escrever um post ainda sobre isso).

O mundo anda tão complicado... E eu só queria alguém que passasse a manteiga no pão.