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domingo, 6 de novembro de 2011

Chocolate quente e algumas montanhas

"Digam o que disserem
O mal do século é a solidão
Cada um de nós imerso em sua própria arrogância
Esperando por um pouco de afeição" (Esperando por mim - Legião Urbana)


Que eu amo Legião Urbana qualquer um que veio aqui já deve ter percebido, mas Renato Russo que me perdoe, vou discordar: O mal do século é a ansiedade. Ansiedade nada mais é do que esse desconforto em viver o presente num "desespero" quanto as inseguranças do futuro, ou seja, é o desconforto gerado pelo descontrole do tempo em que as coisas acontecem.

Algumas pessoas roem unhas, outras comem chocolate, mas cada um desenvolve uma compulsão para lidar com a ansiedade que a maioria de nós sente frequentemente ou sente em períodos de instabilidade.

Acredito que a solidão também seja um grande mal do século, as pessoas me parecem cada vez mais sozinhas mesmo quando estão acompanhadas, sinto um certo vazio em muitos olhares. "Os olhos são as janelas da alma", como você deve saber, e um olhar vazio denota mais que tudo uma grande solidão. Lembrando que solidão não é a mesma coisa que estar sozinho... Solidão denota evasão de outros sentimentos, e sentimos solidão mesmo que não estejamos sozinhos.

Mas voltando a ansiedade, sabe que ter muitas incertezas na vida gera grande ansiedade? Pois é, estou descobrindo isso no momento. Só que, por mais incrível que pareça, a ansiedade sumiu e ficou um sentimento de certeza de que "vai ficar tudo bem não precisa correr" e de repente uma paz me envolveu. Por que estou te contando isso? Para te explicar a minha humilde descoberta: a ansiedade vem do medo que temos que o "amanhã" seja pior do que o "hoje", porque no fundo todos nós queremos que "fique tudo bem", no estilo Gonzaguinha "sempre desejada(a vida), por mais que esteja errada, ninguém quer a morte, só saúde e sorte".  

Algumas linhas religiosas defendem que "Deus tem um plano para cada um de nós", o problema é que ninguém tem certeza de que o plano divino é com final feliz! Isso não é blasfêmia, isso é constatação. A nossa única certeza é que vamos morrer um dia, e procuramos aproveitar os momentos antes disso. Então o destino é um caminho com algumas pedras que precisamos passar nessa vida que não tem muito sentido mas que encontramos sentidos e significados a cada momento...

Acho que a conclusão que eu cheguei é que não são os tropeços que damos pela vida, ou o quão grande seja o buraco que caímos, o importante é como lidamos com a queda e como encontramos a saída no escuro. Não sei como se aprende a levantar, não penso que seja uma única solução para todos nós, mas de fato existem pessoas que nunca se levantam, outras que mostram estarem bem mas na realidade ainda lambem as feridas, e algumas pessoas que aprendem com seus buracos negros e aproveitam esse crescimento. Então não há receita de que dias melhores virão, o que existe é um esforço pessoal de olhar o lado bom das coisas que passamos (sim, estilo Pollyana) e observar que as coisas podem piorar mas isso não significa que não haverão bons momentos, boas risadas e boas memórias.

"Tudo vale a pena quando a alma não é pequena." (Fernando Pessôa)

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