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sábado, 19 de novembro de 2011

Malu de Bicicleta


Esse filme deveria se chamar "Ciúme, o mal que se auto-sustenta", mas acho que ficaria meio agressivo e isso não agrada ao grande público. Escritor e roteirista, Marcelo Rubens Paiva que se diz grande conhecedor das mulheres, deveria se auto titular conhecedor dos homens também.

Então "Malu de Bicicleta" é um romance pouco idealizado e bem próximo do que eu acredito que seja o problema da maioria dos casais. Não digo que todos somos Luiz e Malu porque de fato não é a maioria que tem sexy appeal (borogodó, ou gogó), mas quando encontramos alguém com quem gostaríamos de passar todos os dias de nossas vidas, alguém por quem deixaríamos à moda Renato Russo "a segurança do seu mundo por amor", desenvolvemos juntamente com o amor pelo outro um medo de perder.

Ok, se fosse somente o medo acho que seria algo que com o tempo iríamos amenizando, mas junto vem a insegurança e com ela vem o ciúme. Esse filme mostra como o ciúme se auto-sustenta, você não precisa cultivar, ele se auto-alimenta e quando você se da conta já não confia mais na pessoa que ama.

O personagem de Marcelo Serrado (que está muito bem no filme e dando um banho de atuação na novela Fina Estampa) era o que chamamos de "solteiro convicto" e meio que sem querer é atropelado pela personagem de Fernanda de Freitas (que corrobora a minha teoria de que não existe Fernanda feia) e por algum golpe do destino ou ironia Divina se apaixona por ela.
Malu é o estereótipo de uma carioca zona sul, bonita, descolada com muitos amigos e que faz terapia provavelmente para entender porque é tão complicado manter relacionamentos. Luiz e Malu não se desgrudam mais, só que ele é paulistano e ela carioca, e Malu vai então morar com ele.

Achei diferente que nesse filme mostra o homem ficando completamente neurótico de ciúme e desconfiança tendo conversas com seus amigos, na maioria dos filmes vejo a mulher fazendo isso. Bom, Luiz vai permitindo que o ciúme tome conta dele e começa a se afastar no relacionamento, e Malu sem entender começa a pensar que ele está incomodado com a presença dela ou que está tendo um caso. Desencontros e falta de comunicação culminam em Luiz agarrado com a personagem de Marjorie Estiano na cozinha do casal com Malu entrando pela porta.

Batom na cueca, não tem explicação. Não existe motivação que leve a perdão e enfim, acabou o amor. Quem dera que fosse assim... Acho que para algumas pessoas é, mas cada um tem um jeito de lidar com o ciúme e a decepção de uma traição. Claro que já fui traída, quem não foi? E não foi a pior dor que já senti na vida, mas doeu e demorou pra cicatrizar. Pois é, tem gente que não cicatriza e dai acaba o amor.

 Recomendo "Malu de Bicicleta" para uma terça ou sexta a noite depois de um dia cansativo para assistir ao filme e relaxar, perceber que existem paisagens lindas e pessoas maravilhosas e que nem por isso a gente tem que "pular a cerca" ou que muitas vezes estragamos algo bom por fofoca ou desconfiança.
Fica a dica, com direito a trailler. 3 estrelas pro filme.

Um comentário:

  1. "Batom na cueca, não tem explicação. Não existe motivação que leve a perdão e enfim, acabou o amor. Quem dera que fosse assim... "

    LINDO!

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