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domingo, 22 de maio de 2011

Amor à Distância

Dai que essa semana estava pensando sobre a banalização da saudade.

Dizem que saudade é uma palavra que só existe no galego e na língua portuguesa. Que por definição é um sentimento de nostalgia diante de algo ou alguém. E apesar de ser um pouco complicado de explicar o que é o sentimento de saudade, todos nós usamos a palavra com frequência, é bem comum em letras de músicas e poesias, afinal quem ama sente saudade, certo? Não sei não. Penso que saudade é meio melancólico, você lembra aquele momento lindo, com aquelas pessoas maravilhosas e... sente saudade. Mas tem consciência que nunca mais vai passar por aquele momento novamente, então ele fica guardado com carinho na memória e você sente saudade.

Mas sabe o que eu penso ser mais significativo que saudade? O “Eu sinto sua falta” (esse existe em todas as línguas)! Sentir falta é uma sensação de vazio, de algo que é mais profundo que a saudade, não é apenas uma lembrança nostálgica, é o sentimento de necessidade de voltar a fazer algo, ver alguém, sentir determinada coisa. Sinto sua falta é praticamente uma declaração de amor. Significa que a sua ausência deixou um vazio que não foi e nem será preenchido porque você é única(o) e insubstituível.

Por isso que estava falando da banalização da saudade. Todo mundo diz que sente saudade o tempo todo de tudo! Dai eu penso cá comigo: Sentir saudade é fácil, quero ver sentir falta.
Para completar meu mau humor com isso, assisti “Amor à Distância”, comédia romântica bem água com açúcar, humor moderado, mas que conta a história de um casal que se conhece num encontro casual e começam a conversar passam a noite juntos e continuam a se ver com frequência e depois de um mês a personagem da Drew Berrymore muda para o lado oposto do mapa. E pensei: namoros à distância são ótimos exemplos do que é sentir falta!

Você já namorou à distância? Mas digo, distância mesmo, mais que 360km? Eu já. Ele em Curitiba eu no Rio. Durou nove meses, e gastou muito do nosso dinheiro com passagens e telefonemas e todo aquele desgaste emocional e físico apenas para estarmos juntos e por que? Porque não bastava sentir saudade, sentíamos falta. Quando virou saudade, acabou.

Poderia dizer aqui que namoros assim não valem a pena, mas nem acredito nisso. Quando queremos que dê certo a gente faz acontecer, viaja muitos quilômetros, gasta bastante de telefone e a distância que separa fisicamente não necessariamente faz com que se expanda ao sentimento. O que acontece é que longas distancias nos cansam e todo namoro desgasta com o tempo, dai a probabilidade de não dar certo aumenta. Mas distâncias dentro dos 360 km considero bem saudável.


“- Posso te perguntar uma coisa?
- Sim.
- Sinto sua falta.
- Isso não é uma pergunta.
- É sim...”

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